quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Cavalgada

A pélvis gira, elíptica
Em torno de seu próprio eixo
Voluptuosa, sinuosa
Como o balé de um tornado
Puxando, sugando, lançando tudo aos céus
As palmas das mãos apoiadas sobre o peito
As unhas prontas a agarra-lo
Os olhos virados, a cabeça inclinada
Algumas madeixas, úmidas, se apegam à boca
O queixo cai, trêmulo, em êxtase
Pelo ricto dos lábios escorre um fio de saliva
A pélvis freme, sôfrega, convulsiva
Em contrações espasmódicas
Vai para frente, e volta
Sobe e desce, não se decide, rebola
Para, recomeça outra vez
Depois se contrai, se contrai, com força
Aperta, aperta, até não poder mais
Até que enfim solta, repousa
Junto com um gemido
De ai

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