sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Porque as vezes não consigo escrever poesia

Poesias vem e vão
Sem mais nem menos
Como dias bons
Como alegres momentos
Não duram para todo o sempre
Mas ficam de recordação
Num dia sou poesia
Noutro não
Hoje fiz um poema
Amanhã quem sabe
Ele vira canção
Voz e violão
Enquanto isso
Vamos em frente
Com poesia ou não
Em dias de inverno ou verão
Pois os melhores poemas
Escrevem-se com os pés
E declamam-se com o coração
Nunca se sabe
Que belas liras virão
Quão belos os versos serão
No próximo dia bom

Felicidade (II)

Era feliz
Não porque tivesse muito
Porque nada faltasse
Mas porque bastava-lhe
O pouco que tinha
O pouco é suficiente
Quando é tudo de que se necessita
Era feliz
Não porque não tivesse medo
Culpas e angústias
Mas porque sabia
Que sua fé, sua força
Sua vontade de ser uma melhor pessoa
Era maior que todas as pedras
Juntas
A vida é sofrida
Caminho feito de curvas
Mas não é uma via-cruzes
Nem viemos cá pagar penitência
Era feliz
Porque mesmo a vida machucando
Tinha certeza que uma vida que não machuca
Que não se arrisca
Não vale a pena ser vivida
Por isso tudo
Por ser grato
Com a cota que recebera
E despojado com a parte que ia deixando
Era feliz sem ser
Era feliz estando
E feliz ia passando
Até o dia em que essa palavra
Não fará mais sentido
Nesse dia de serenidade
Felicidade será quase uma matéria
Qualidade do mundo
Natureza pulsante
E não um consolo
Sonho distante
Tristemente
Humano