segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ode à desordem

Por que continuamos por aí?
Não vemos que assim não há caminho?
Esta estrada não nos leva para longe daqui
Ao contrário, ela só nos faz caminhar em círculos
É preciso aventurar-se fora desses limites pré-definidos
Encompridar o olhar em direção ao infinito
Ao jamais concebido – por medo ou por escrúpulos tolos
É preciso dar a mão a quem vem em sentido oposto
Corajosos visionários que chamamos de loucos
Só porque suas bússolas não apontam ao mesmo norte de todos
Só porque suas vidas expõe a falsidade de nossas pobres certezas
É preciso pôr de cabeça a baixo este mundo de rudezas
A libertação de tudo exige sacrifício e redenção, e não perdão
Exige escolhas impensáveis sustentadas com firmeza
A destruição, à marretadas, destes muros que apartam
A pretexto de nos proteger sabe-se lá de que borrasca
Nosso pior inimigo é interior, é espiritual, somos nós mesmos
São nossos medos os demônios que é preciso arrostar
Só há salvação na recusa absoluta, sem condicionamentos
Nem uma exigência qualquer aceitaremos!
Nenhuma injunção que vier acataremos!
Nem um centímetro sequer recuaremos!
Equilibrar-nos-emos nos temíveis polos e extremos,
E do meio, das ponderações razoáveis, fugiremos
E pouco nos importa o perigo da queda
Não buscaremos acordos, diálogos ou coisa que o valha
É agora ou nunca, é tudo ou nada
Quem mata não morre: ode, ode à desordem!

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