sábado, 18 de janeiro de 2014

Sonho de menino

Ainda na tenra infância,
Quando não passava eu de menino,
Já sonhava com a estrada,
Que pra longe levava,
Pra outras searas, sem destino,
Este pequeno peregrino.

Na minha inocência, pensava
Como seria bom ser um mendigo viandante,
Que em qualquer lugar se arranjava,
Era essa a minha definição de liberdade.

Assim eu sonhava, cabeça nas nuvens
E os pés, feito asas, na estrada,
Com o sol a queimar as costas
Da praia; o cimo dos morros e montes
Das serras; o infindo mar vindo em vagas
E indo, sumindo para além do horizonte,
Com o céu imiscuindo-se,
Naquele ponto, que não se sabe onde,
Começa um e termina o outro;
Ou seria começa outro e termina um?

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