segunda-feira, 16 de junho de 2008

Volto para casa sozinho

Pois volto sozinho,
Sem casa e sem ninho.
Sou andança sem caminho,
Vivência e medo do delírio.


Para todo sempre tímido,
Com receio de viver desinibido
Sem saber dos gestos mínimos,
Que fazem da vida os mímicos.


Deu-se criança feita de trejeitos
Com todos os caprichos dos soberbos,
Mas são apenas poemas lidos sem jeito.


Difícil ultrapassar, as cantigas de ultramar,
Que fizeram dos trovadores seu pesar,
Os sonhos modernos de se relacionar,
Tornaram-me ilha que a tempestade há de castigar.


Castiga-me fulgurante ira,
Mata-me a vontade de ida,
Porque a volta é mera fictícia.
E a entrega é espiritualmente mais rica...


Não tenho lugar, pois, em tal mar,
Não posso nem pescar, nem nadar,
Talvez seja sede de me afogar...

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