quinta-feira, 11 de abril de 2013

O que eu levo da vida

Tudo o que me importa é este bem sentir,
Que espero acompanhe-me quando partir,
Sentimento este tão impossível de definir,
Pois da vida não se leva nem um só lamento.

Lamentar-se é coisa dos indecisos,
Que dá vida não sabe o que é preciso,
Extrair, peneirar, separar o joio do trigo,
Pois viver é pra quem sabe cair e levantar.

Qual a razão de tanto questionamento?
A vida não pede de nós comedimento,
Ponderação, ou tedioso temperamento,
Mas apenas ao puro amor se entregar

Então por que a morte eu deveria ansiar?
Isso é coisa dos vivos que, mal encetam andar,
Hesitam à primeira pedra que lhes faz parar,
E entram a culpar, não a pedra, mas a pedreira.

Hoje, o que me importa, pois, é estar vivo,
É a ventura maravilhosa de ter contigo,
Amado, e entre tantos outros braços, vivido,
E de todo o resto junto a morte me desfaço

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