domingo, 27 de outubro de 2013

Elogio ao amor romântico

Estão tentando aposentar o amor romântico
O amor é burguês, dizem uns
O amor é improdutivo, dizem outros tantos
“Eu luto, não amo”
“Não há tempo; primeiro a carreira, depois quem sabe”
É o que dizem os jovens de hoje
O amor é fútil, é piegas, é idealista, é opressor, é falso
Amor? Só se for o próprio
Talvez pela humanidade, nunca por um indivíduo
Amor por princípio, não por sentimento
Amor racional, amor interessado
Amor desencantado, pós-moderno...
Mas eu quero acreditar que o amor ainda existe
O amor romântico, sentimental, tolo, puro
Amor digno de pena, trágico e cômico
Amor que rime com dor
Amor à primeira vista
Amor que não pede nada em troca
Amor sem possessividade, sem egoísmo
Amor que não reclama, que aceita
Amor criança, ingênuo
Amor que espera, paciente
Que sofre, sem remorso
Porque para ele não importa o tempo
Tem a eternidade para si
Para o amor dá-se sempre um jeito
Ele basta-se, é fim em si mesmo
Amor solitário, platônico
Amor condenado, mas satisfeito
Amor de bom grado abnegado
Amor que só quer amar
Ainda que não seja amado

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