Domingo é dia de ressaca
De ficar em casa
De bobeira
Sem fazer nada
Numa total pasmaceira
Com a boca cerrada
Sem emitir palavra
A mente embotada
Ouvindo besteira
Que vem da tevê ligada
O dia todo, a tarde inteira
Na estante da sala
Domingo é dia de descanso do gado
Que trabalha a semana toda qual condenado
Em troca dum mísero salário
Domingo é o dia do proletário
Onde patrão não mete os dentes
É dia que se tem pra gente
Mas que, necessário for
Se troca, se aluga ou se vende
Afinal, para o trabalhador
Sábado, domingo ou segunda
O dia é indiferente
Todo dia é dia de luta
E a semana sempre recomeça novamente
Se você viajou
O Domingo é a volta
Se você ficou
É o crepúsculo da bossa
E a véspera da fossa
Não existe domingo
Se você é da roça
Lá todo dia é de ofício
Sábado ou segunda
Pouco importa
É dia de sacrifício
Na lavra da terra bruta
Domingo é dia de ficar só
Pra quem é sozinho na vida
Pra quem vive no xilindró
É dia de aguardar visita
Se você é livre e tem família
É dia de almoço na casa da vó
Dê valor se você ainda tem uma
Se você já perdeu a sua
O domingo fica triste de dar dó
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