sexta-feira, 28 de março de 2014

Ode aos enjeitados

Você fala ninguém ouve
Você existe e ninguém vê
Você ri e ninguém compartilha
Se você parte, ninguém liga
Se você fica, ninguém festeja
Você pede, mas ninguém dá
Você chora, ninguém se importa

Mas se você se cala, fazem troça
Espicaçam e zombam
Não deixam que sejas o que tu és
Pior pra eles, que têm carisma
Vaidade, orgulho, admiração
Mas a sensibilidade d’um bloco de granito
Não veem a beleza que tens
Jamais saberão das qualidades
(lealdade, compaixão, coragem)
Que se escondem sob tua falta de jeito
Tua timidez
Tua pouca autoestima

Não me interessam os fortes
Os belos, os melhores
Os desejados, os reputados

Os fracos, os feios
Os bobos, os pobres
Os ignorados, os enjeitados
Esses sim me interessam

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