Lembro-me de um dia em particular
A cúpula azul-clara cintilava no céu,
Tépidos raios solares vinham acariciar
Gentilmente seu corpo dourado de mel
Ela estava deitada, exposta ao sol
A água do rio rorejava pelas coxas,
Artisticamente trabalhadas, sedosas
O rio agitava-se, em êxtase, por ela
Seus pequenos seios, misteriosos,
Rijos; escondido, eu esperava vê-los
Rezava pra que escapulissem, marotos
A perna dobrada, a virilha e seus pêlos
Eu fruía deliciosamente aquela cena
Paciente, esperava, como um caçador,
Por qualquer movimento de seu corpo
Cada curva, por mais recôndita, era perscrutada
Ela se levantou, fez um movimento felino,
Saltou do estaleiro e penetrou nas águas
Era uma sereia, que dançava com o rio
Meus olhos maravilhados, nem piscaram
Nunca mais tornei a vê-la novamente
Acho que desapareceu nas profundezas
Como um boto, lançara seu feitiço
E sumira, deixando só minha imaginação
Eu era criança, mas comecei a aprender
Sobre a paixão, sobre o poder feminino
Esse ser tão cativante quanto misterioso
Ela era menina, mulher e bicho...
Um comentário:
As mulheres são assim,
seres misteriosos e fascinantes. Poderosas se fazem frágil para conquistar, iludir.
Mas quando ameadas se voltam com ferpas e estilhaços de vidro.
Machucam e sangram junto...
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